quinta-feira, 30 de abril de 2015

É VOCÊ

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Nossas almas já dançavam ciranda no céu antes da gente nascer. Eu senti antes de saber, mas a ordem não importa quando ao que me refiro, no fim das contas, é a descoberta de que seria você. E tem sido mesmo você, sempre: quando eu sufoco a mim mesma em meus padrões rígidos que de nada servem muito ou quando simplesmente quero tirar os pés do chão. Nos momentos em que preciso de tudo ou de nada, é você quem me dá.

terça-feira, 28 de abril de 2015

A RAZÃO DE SER POETA

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A notícia que se ouve pelas ruas é de que os poetas e cantores calaram-se; uma forma de luto pelo fim do nosso amor. Mas, meu doce anjo, se nenhuma melodia chegar esgueirando-se suave pela tua janela, a fim de envolver-te em sonhos de dias melhores, como poderá o teu delicado coração ser confortado?
Não posso aceitar o silêncio. Porque o nosso amor, aquele que preenchia todos os cantos escuros do cômodo e da alma, merecia - merece - uma despedida que vibre em nós e seja a ponte nesse abismo que ele, tristemente, não foi capaz de cobrir. Uma despedida tão alegre quanto nossos dias de eterna primavera e que faça-te enxergar, através do véu de lágrimas, que ainda há muitas outras primaveras pela frente - com ou sem a minha singela companhia.
Tampouco, meu imortalizado amor, posso cogitar teu sofrimento. Aprendi, contigo, que não importa quanto tempo se passe desde nossa finda eternidade ou a distância - física ou emocional - que possa estabelecer-se entre nós... Um mundo sem o teu sorriso - talvez o que mais sinto falta quando penso em ti -, aquele que chega aos olhos, nunca será um mundo minimamente bom. E por isso eu humildemente lhe peço que mantenha acesa a faísca da esperança no que quer que a faça sorrir (e seria tanto egoísmo desejar, no íntimo, que esperasse o meu - o nosso - retorno? Não, não responda, por favor).
E por fim, por não suportar teu sofrimento, tua confusão, tua dor, é que tornei-me um poeta e um (não-tão-bom) cantor. Pois todos sabem que estes pobres são coitados escolhidos a dedo pelo amor, para sentirem-no eternamente, doerem-se eternamente... Para que não se doam, nunca mais, suas eternas e amadas namoradas.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

TRECHINHOS 'HEARTBROKEN"

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"Nunca te passará pela cabeça que cheguei a amar você - um amor imaturo, meio bambo das pernas, puro e muito triste: como uma criança de um país miserável, que nasce com fome e sem muitas expectativas de futuro."

"Nunca chegou a ter noção de como eu gostaria de ter feito teu abraço de casa, porto ou qualquer outra coisa que signifique o lugar para o qual sempre é seguro voltar."

"Eu creio piamente na destinação, você também. Poderia citar aqui uma lista enorme de características comuns a nós, mas é essa primeira que importa, porque ela define tudo: apesar de tudo no meio da gente parecer se encaixar feito um quebra-cabeças há muito perdido, não adianta... É exatamente porque acreditamos em destino que, no fundo, nós dois sempre soubemos que os nossos nunca se cruzaram no intento de se tornarem um só."

Esses trechos são de uma tentativa de texto que nunca consegui terminar ou organizar de uma forma que me deixasse satisfeita, então salvei as pequenas partes :)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

LET IT GO



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A lição que mais relutamos em aprender é a do desapego. Deixar que se vá quem já não nos quer ou não nos desperta tanto querer, jogar fora os resquícios de relações que não corresponderam às expectativas, permitir que outro se aconchegue melhor nos aposentos que não acomodam nossas almas. Parece simples, mas tudo faz parte do medo, tão natural, da mudança... É preciso seguir o racicínio de que não limpar a estante por amor à poeira é loucura, e que não custa nem um centavo tentar perder o costume daquilo que não nos traz paz.

Mais difícil do que falar é fazer, né?

quarta-feira, 22 de abril de 2015

DA ALMA

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Uma vez na vida, a gente precisa amar alguém daquele jeito único e egoísta que faz desatinar, suar frio, perder a razão e inverter nossas prioridades - podendo chegar até mesmo ao ponto de subjugarmos o amor-próprio, ainda que por tempo limitado.
Esse alguém a quem ofertamos aquilo que há de melhor em nós, é o único capaz de realizar tal façanha: molda o nosso amor - e assim ele se torna tão maior e, contraditoriamente, altruísta, que de repente já não nos ressentimos em deixá-lo partir, ainda que isso nos dilacere... Pois é preciso compreender que talvez não seja a hora certa - ou a vida certa. Sim, porque amores assim são amores da alma também; sabe Deus quantas vezes eu já te amei na história do mundo.

[28/05/2012]

domingo, 19 de abril de 2015

INICIANDO OS TRABALHOS...


Está oficialmente inaugurado o cantinho onde vou publicar meus textos, trechos, frases... Enfim, tudo que aparece na minha cabeça e eu consigo organizar de alguma forma que faça sentido. Espero que gostem e comentem e, se não gostarem, comentem do mesmo jeito, pois críticas respeitosas são sempre muito bem-vindas :)

Vou começar com o meu xodó de texto, a seguir:



O MEU AMOR 


Meu amor é chuva fina no telhado que, ao contrário dos que resultam em grandes temporais, não tem a mínima intenção de causar alarde, mas de te embalar o sono. É brisa suave e constante que te envolve nos mais abençoados fins de tarde em frente ao mar. Não é zumbido incômodo, tampouco estrondo apavorante; é poderoso silêncio capaz de calar as tuas vozes internas de dúvida e angústia e te trazer a paz e a calma dos espíritos evoluídos.
 
Meu amor é criança travessa que gosta de brincar de ser teu cobertor pra te proteger dos monstros de debaixo da cama e das ruas. É puro a ponto de despertar o interesse dos bons e maus, mas é exatamente essa sua pureza que o torna imoldável nas mãos de deuses, homens, anjos e demônios - e assim ele segue inabalável em seu simples mas digno propósito de existir.  
Meu amor carrega uma alegria desenfreada porque conhece a liberdade e o livre-arbítrio e, portanto, reconhece que ninguém pode tomar o outro pra si ou se deixar pertencer - e sendo assim, não traz consigo o triste e pesado fardo dos amores irrealizados. Meu amor é às vezes fruta madura que não se sustenta e gostaria de deitar em teu colo para variar a morada, mas possui a sabedoria dos humildes e é consciente de que não encontraria o esperado conforto ao teu lado. Por isso, segura-se em si mesmo um pouco mais forte - pelo menos até que a vulnerabilidade se esvaia derrotada.  
Meu amor é, em essência, tão meu, que não te culpa por às vezes me parecer a amarga solidão das tardes de domingo sucedendo-se por todos os dias e meses - porque, no fundo e na verdade, o meu amor não precisa do teu.

[04/09/2012]